sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Burrocracia internética


Tentando aumentar a audiência desta página, pedi sugestões a alguns amigos. Alguns sugeriram colocar o endereço do blog na minha assinatura de e-mail, outros deram idéias old school como fazer camisetas com o endereço desta página...mas mais de uma pessoa disse "se cadastra num indexador ".

Achei estranho que em pleno 2008 um indexador exija que o usuário cadastre o próprio site, mas resolvi saber mais sobre o assunto. Perguntei a mais alguns amigos por qual indexador deveria começar, e a maioria deles me falou de uma página brasileira chamada BlogBlogs.

Mesmo achando o nome de uma estupidez ímpar, decidi ver como a página funcionava. Acessei a página de cadastro, topei com um formulário pedindo nome, e-mail, endereço dos meus blogs, link do RSS, descrição do conteúdo...e depois de tudo te mandam inserir determinado código HTML no seu blog para "poderem indexá-lo".

Porra, que marcação de território é essa?! O que vem depois, vão exigir que eu faça propaganda deles ou que escreva sobre o que eles mandarem escrever?!

Essa situação toda me fez lembrar de outros exemplos da burocracia estúpida que atrasa nossas vidas. De todos os formulários, documentos e autorizações inúteis que somos forçados a preencher. Do tempo perdido em filas. Das centrais de atendimento que nos deixam esperando por horas, e dos atendentes que "acidentalmente" derrubam a linha depois de toda a espera. Da central de cartão de crédito que exige o aval da bandeira para liberar uma compra, e de como este aval não pode ser dado até que eu receba o aval da central do cartão.

Claro que eu não coloquei o tal código no meu blog. Abandonei o cadastro pela metade, e pelo que me disseram o Vã Filosofia nem aparece nas listagens daquela central nazista. Melhor assim. Fucei um pouco mais e descobri outro indexador bem melhor: o Technorati, que além de tudo não exige cadastro.

domingo, 10 de agosto de 2008

Sobre o doping


Os casos de doping começaram cedo nestas Olimpíadas. Antes mesmo do começo dos Jogos, mais de uma dúzia de atletas já havia sido flagrada usando substâncias proibidas. A maioria deles competia no atletismo, mas um deles era esgrimista. Esgrimista! Que tipo de idiota se dopa pra lutar esgrima?!

Que o doping faz parte do esporte, todo mundo sabe, ainda que o assunto seja tabu para as federações e comitês olímpicos. Há até quem diga que o doping ajuda a melhorar o esporte, citando exemplos de recordes batidos por atletas dopados que seguem insuperados até hoje. Em recente entrevista a um programa de rádio, o ex-jogador e hoje técnico Mário Sérgio comentou a possibilidade de um time inteiro entrar dopado; afinal, apenas um ou dois jogadores de cada time passam pelo exame antidoping. Nada no regulamento de qualquer competição coletiva prevê a anulação do título caso se descubra que o time inteiro estava dopado – uma brecha que os técnicos, como fazem os bons advogados, poderiam explorar.

Além disso, se o COI quer ter um maior controle sobre o doping, deveria começar mudando a forma como o exame de detecção é feito. Além da evidente limitação de só testar alguns atletas, não podemos esquecer que a indústria farmacêutica gasta milhões a cada ano para criar substâncias não-detectáveis no antidoping. Enquanto isso, o exame continua baseado na mesma coleta de urina de um século atrás – um método que deixa passar drogas criadas especificamente para burlá-lo, mas que suspende atletas por usarem xampu anticalvície ou creme para celulite.